Presidente estadual de Honra do Movimento Democrático do Brasil (MDB), ex-deputado federal e um dos grandes apoiadores do falecido prefeito Herzem Gusmão, Lúcio Vieira Lima concedeu entrevista ao Política com Dendê na tarde desta sexta-feira (21) e falou sobre assuntos do cenário político de Conquista que envolvem o MDB.
Confira os principais trechos da entrevista com Lúcio Vieira Lima:
Política com Dendê: O MDB em Conquista passou e está passando, naturalmente, pelo luto da perda de Herzem, que foi uma grande liderança do partido na região. Por isso, a ausência dele, consequentemente, deixou parte dos filiados aflitos e “desamparados”. Após movimentações, foi realizada uma reunião virtual ontem (20) entre alguns membros. Como o senhor avalia esse cenário?
Lúcio Vieira Lima: A perda de Herzem Gusmão pelo que ele representava não é uma perda fácil de superar. A perda dele deixaria qualquer partido abalado, pois estava-se em um caminho e de repente muda. Então tem que parar, ver os danos causados para, então, começar a reconstrução. Até porque o MDB Estadual trabalhava muito com base no nome de Herzem. Era um potencial candidato à governador, e caso não fosse governador não tenho dúvida nenhuma que ele disputaria a vice-governador ou o senado federal. Então, Herzem não foi um nome que surgiu da noite para o dia. Nós trabalhamos o nome dele. Ele veio para o partido. Foi candidato à prefeito. Perdeu eleições para prefeito. Foi candidato à deputado estadual e, para depois, então, ser prefeito eleito. Então não podemos dizer que vai surgir um Herzem, que é só colocar uma pessoa no lugar e está resolvido o problema, se fosse isso era a coisa mais fácil do mundo. O MDB de Vitória da Conquista perdeu, mas o MDB é um partido muito querido que tem história. Quando chega na hora todo mundo procura o MDB para fazer as coligações. Não vai ter eleição agora, mas política se faz a longo prazo. Tanto que nós vamos trabalhar para viabilizar uma candidatura em 2024. Nós temos a próxima eleição tanto para deputados estaduais e federais, governadores, senadores e presidente da república. Não tenho dúvida que essa eleição terá uma importância maior até que de governador e presidente, a eleição de legislativo. Vai ser muito importante para os partidos elegerem os representantes das Câmaras Federal e Estadual. Por isso vamos nos preocupar em lançar candidatos que tenham viabilidade política. Vitória da Conquista é a terceira maior cidade da Bahia. Tem o terceiro maior número de eleitores e com certeza poderá eleger deputados estaduais e federais.
Política com Dendê: Em relação à próxima eleição, como serão definidos os candidatos do MDB em Conquista, tendo nomes como Lúcia Rocha, com oito mandatos consecutivos e figurando a mais votada ou entre os mais nessas eleições, também Luís Carlos Dudé, presidente da Câmara, Gilmar Ferraz…?
Lúcio Vieira Lima: O caminho que o MDB definiu majoritariamente é apresentar candidaturas próprias. Já temos os desejos de candidatura por parte de Lúcia Rocha, Dudé e Gilmar Ferraz, que ontem colocou o nome dele também. Com certeza não será decido no palitinho, par ou impar, nem será na moeda [cara ou coroa]. São três adultos que conhecem mais da política local do que eu ou qualquer outro de fora.
[…]No partido são quatro vereadores com mandatos, sendo uma vereadora que foi candidata a deputada [Lúcia Rocha] e teve mais de 27 mil votos, se ela tivesse sido candidata naquela eleição pelo MDB estaria eleita porque a primeira mais votada do partido não chegou a 25 mil votos. O Desafio do MDB agora então é ver como compõe porque temos três candidatos fortes. O ideal é que tenhamos um estadual e um federal. Se me perguntar quem será o estadual e o federal, ora… Se tivermos a capacidade e discernimento, a coragem e compreensão, que é melhor um federal e um estadual, poderemos fazer um dobradinha interna. O federal trabalha para o povo votar em Lúcia e o pessoal de Lúcia trabalha para dar o voto ao federal, a Dudé, e vice-versa, para não parecer que eu esteja querendo, induzindo, Dudé federal e Lucia Estadual, e vice-versa, só acho que se não marcharem unidos estão fadados ao insucesso.
[…]Seria um bom caminho para os pretendente, cabe a eles entrarem em concessão quem será o candidato a deputado federal e a deputada estadual. Se eles não tiverem essa capacidade logicamente o partido irá tomar as decisões no sentido de criar critérios ou se eles entenderem que tem lugar para dois, aumenta a taxa de risco para o partido que pode ficar sem representante de Vitória da Conquista e, consequentemente, o enfraquecimento. Então vamos procurar o bom senso.
[…]E eles têm que buscar o apoio da prefeita Sheila, porque ela foi eleita a vice, mas hoje é a prefeita. E o primeiro desafio nosso é sensibilizar a prefeita da importância de eleger dois deputados, um federal e um estadual. Ainda que não seja do partido dela, é da base de apoio. Além do mais, trata-se do amanhã, elegendo os candidatos termina tendo proximidade muito grande com a prefeita e a prefeita tendo os mandatos à disposição da gestão dela e do município.
[…]Pelo pluripartidarismo que temos hoje, são cerca de 37 senão me engano, há uma pulverização total, que termina pulverizando os votos, dificultando a eleição. Se nós elegermos um deputado federal e um estadual em Conquista voltamos a ter foçar no município. Na verdade, a nossa força mostramos na eleição passada, mas o MDB não foi testado ainda nas urnas por essas forças, da mesma forma que a prefeita [Sheila Lemos], que hoje tem a força de prefeita, né, mas ela só foi testada como vice-prefeita. Então vai ter que mostrar capacidade na administração e costurar depois a reeleição dela. Então o MDB fazendo um grande trabalho, tendo uma grande votação em Conquista para deputado federal e estadual estaremos novamente no jogo.
Política com Dendê: O quadro do diretório municipal de Conquista é provisório. Como está essa questão?
Lúcio Vieira Lima: O diretório municipal é uma comissão provisória, e é provisória não é por vontade da direção estadual. Foi uma opção do próprio diretório municipal na época, que é quem fazia a convenção, resolveram esperar e deu os nomes para a provisória. Então para ficar claro, não foi nenhuma medida do diretório estadual no sentido de que não fizesse a convenção. Não sei se naquela época tinha divergências internas para não fazer ruídos no momento da eleição. Então continua a mesma comissão até o momento que, por conveniência, de alguma forma, um, dois ou três não tenha entendido o rumo que o partido quer tomar. Temos quatro vereadores com mandatos que precisam ser ouvidos, que têm uma representativa grande, traz uma representatividade grande dentro do partido. Pois quando eu estiver conversando com um vereador eu não vou estar ouvindo a opinião do vereador, eu vou estar ouvindo a opinião de todos que votaram nele. Pelo menos supõe-se que sim. Pois são a base deles, eles conversam com lideranças que trabalham com eles na eleição. Então vai terminar tendo uma decisão bem acertada. Volto a dizer, se tivermos juízo nós sairemos, a prefeita, o partido, os candidatos, sairemos vitoriosos na próxima eleição.
Política com Dendê: Para finalizar, o senhor será candidato?
Lúcio Vieira Lima: Não!
Política com Dendê: Não pensa??
Lúcio Vieira Lima: Não penso, não. Não serei! Quem está pensando, admite ser. Na política estou me dedicando a ser conselheiro daqueles poucos amigos que querem o meu conselho. Àqueles que não são abertos o ditado “se conselho fosse bom não se dava, vendia”. Então meus conselhos estão aí à disposição, na condição inclusive de presidente de Honra do MDB pelo trabalho e história que tenho e pela experiência política que trago na bagagem de orientar. A condução do partido é feita por Alex Futuca. Ele faz a condução que quiser até o momento que achar que deve trocar experiências comigo, e eu estarei à disposição. Ele é um rapaz novo, mas competente, muito sério, e faz a política de pouca conversa e de muita atuação.