Durante entrevista nesta quinta-feira (21), transmitida em live no perfil de Ruy Botelho, programa intitulado Baianíssimo, o ex-deputado federal e presidente estadual de Honra do Movimento Democrático Brasileiro na Bahia, Lúcio Vieira Lima, avaliou que o pleito do próximo ano terá maior chance de renovação do atual quadro de deputados – federais e estaduais – por não mais ter coligações proporcionais entre partidos para a disputa desses cargos, além da dificuldade de deputados “campeões de votos” e com mandatos encontrar partido menor para a disputa da eleição.
“Para eleger um deputado estadual precisa de 120 mil votos. Se você traz para o partido um candidato que tenha 80 mil votos, é um belo de um candidato, mas fica faltando ainda 40 mil votos. Ora, você precisa de mais quatro candidatos com 10 mil cada um, completando os 120 mil e elege um deputado, que será àquele de 80 mil. Mas, quando você traz para o partido um candidato de 80 mil votos, esses de 10 mil votos não vão querer ser candidato pois não querem ‘amassar barro para faraó’ ou seja, não vai ser escada para outro subir. Então a primeira consequência da não coligação é a dificuldade de formar uma chapa e a dificuldade de legenda para aqueles deputados de partidos grandes. Tem partido que tem quatro federais. Ora, para eleger um federal precisa de 160 mil votos. Eles [os atuais deputados] foram eleitos na eleição passada porque teve coligação, mas quando tem quatro candidatos fortes para ter 160 mil votos de média para cada um termina que vai juntar quatro para eleger dois. Então dois perderão. Esses dois que sabem que são mais fracos, ou menos competitivo, procuram outro partido para ser candidato. Normalmente um partido menor, mas aí o partido não os quer. Vai ficar ai, como a gente diz, ‘sem o mel e sem a cabaça’: nem elege esses que vieram de outros partidos e nem elege nenhum deles porque não querem disputar com quem já acham que está eleito”, avaliou.
“Isso aumenta a chance de renovação pois muitos deputados antigos com mandato não vão ter uma legenda fácil para se eleger com 60, 70, 80 mil votos. Enquanto os pequenos podem ser eleitos com 30, 40 mil votos porque juntam um bocado de candidatos com mil votos e faz um parlamentar. Então por isso que os partidos pequenos não querem os ditos campeões de votos”, concluiu.
JOGANDO COM O REGULAMENTO DEBAIXO DO BRAÇO
O ex-deputado Lúcio Vieira Lima tem dito em entrevista que o MDB na Bahia está jogando com o regulamento “debaixo do braço”. Serão 39 candidatos a deputado federal pelo partido no estado, mas sem figura de deputados com mandato ou campeões de votos. A avaliação do cenário para a próxima eleição durante a entrevista de ontem reproduz a estratégia adota pelo partido.