Em decisão monocrática, a coordenação do trânsito de Vitória da Conquista impôs um corredor exclusivo para ônibus com o objetivo de realizar o percurso de uma rota (Centro/UESB) em 15 minutos, proposta experimental que pode ser estendida para outras linhas.
A medida, além de não ter sido debatida com a sociedade, nem tampouco tivera trabalho informativo para conhecimento dos munícipes, irritou grande parte da população e comerciantes da avenida Siqueira Campos, que não concordaram com as modificações e impediram a passagem dos ônibus que seguiam para a Estação de Transbordo.
Acontece que a cidade se desenvolveu espontaneamente, não foi planejada, tendo as vias centrais estreitas, pequenas para a quantidade de veículos que nelas circulam e se torna um problema ainda maior com o fluxo de veículos em horários de pico, dias que antecedem feriados e nos sábados, por isso engarrafamentos ocorrem.
Outro aspecto não observado é a cultura do brasileiro, e do conquistense ainda mais, pela preferência no transporte particular ao transporte público, como exemplo as próprias figuras que compõe o executivo municipal (qual o secretário, coordenador, gerente deixa o veículo particular em sua residência para ir de ônibus para o trabalho?).
A junção da falta de planejamento e ação informativa/educativa e a decisão monocrática não poderia resultar em nada diferente do episódio visto nesta segunda-feira (21) na cidade: se o trânsito já estava um caos levou a um transtorno jamais ocorrido na história do município – dia histórico.
Ainda assim, a prefeitura não revogou a medida. Os comerciantes também não arredaram o pé e manterão o bloqueio. A questão é quanto tempo isso vai durar.
Vale ressaltar que o policiamento da Secretaria de Mobilidade Urbana e de coordenações -situação semelhante ocorre em Porto Seguro, na Costa do Descobrimento – configura na pasta um viés de cunho fiscalizatório e não de planejamento, que seria caso os gestores fossem personalidades da aérea, como engenheiro de trânsito ou arquiteto e urbanista.
Enquanto isso, ações simples que resolveriam o caos do trânsito em algumas áreas da cidade, como a definição de apenas um dos lados de uma rua para estacionamento, instalação de sinalização e reestruturação de vias estão esquecidas.