“O que vem sendo feito ao longo dos últimos anos? O presidente indica os seus Ministros de acordo com interesses políticos-partidários. Tem tudo para não dar certo”, disse o candidato a presidência Jair Bolsonaro em um vídeo divulgado na campanha eleitoral de 2018. “Qual é a nossa proposta? É indicar as pessoas certas para os Ministérios certos. Por isso, nós não integramos o Centrão”, prometeu o candidato Bolsonaro.
Mas, após ganhar a eleição, as palavras ditas sumiram ao vento. Na prática, o que o presidente Bolsonaro está fazendo é o oposto: reforçando mais um descumprimento de promessa campanha.
Um dos principais caciques do Centrão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas e líder do Centrão, a convite do presidente Jair Bolsonaro vai assumir o Ministério da Casa Civil, órgão que tem a função de assessoramento direto do Chefe do Poder Executivo, no caso o presidente, na coordenação de ações de governo, inclusive de outros ministérios. É a mesma posição do ex-deputado José Dirceu (PT) no governo Lula.
Desde abril, a pasta estava sob o direcionamento do general Luiz Eduardo Ramos, sucessor do também general, Braga Netto.
Segundo relevado pelo jornalista da CNN, Alexandre Garcia, com a mudança, o governo vai editar uma MP para recriar o ministério do Trabalho, extinto em um dos primeiros atos do governo, em janeiro de 2019, para colocar Onyx Lorenzoni, que vai deixar a Secretaria Geral da Presidência para Luiz Eduardo Ramos.
Eliane Nogueira (PP), mãe de Ciro Nogueira, é a primeira suplente do filho no Senado e assumirá o mandato de senadora enquanto ele estiver licenciado do Legislativo.