A revitalização da Ceasa Edmundo Flores de Vitória da Conquista custou mais de R$ 600 mil entre recursos próprios do município e emenda parlamentar do deputado federal Ronaldo Carletto (PP). No entanto, menos de um ano depois, o paisagismo implantado é quase inexistente.
No estacionamento situado na rua Joaquim Nabuco foram plantadas 18 árvores em manilhas, que são tubos de concreto utilizados na captação e transporte de esgotos sanitários, industriais e pluviais e foram adaptadas como uma espécie de vaso ou canteiro.
Além de duvidoso visual estético a estrutura parece ineficiente para tal função, e adicionado a falta de manutenção por parte da prefeitura somente quatro das árvores plantas resistiram. Com isso, as manilhas estão sendo utilizadas como lixeira.
Outro ponto que chama a atenção e causa preocupação é a falta de criatividade da secretaria de Meio Ambiente do município. As árvores plantas na ceasa são da espécie Quaresmeiras. Na área onde está situado o Ceasa predomina o asfalto e concreto, materiais que retém a radiação solar elevando a temperatura naquele local – o fenômeno climático Ilha de calor. Para minimizar esse problema, o recomendado é que se plante árvores de folhagens mais largas e densas para refletir a radiação antes que incida sobre esse materiais e também proporcionar uma sombra maior.
Além disso, a quaresmeira está presenta em boa parte das áreas verdes da cidade. O que pode ser um problema, pois, a falta de diversidade, caso surja algum tipo de fungo ou praga que ataque exclusivamente essa espécie, pode devastar rapidamente a arborização da cidade, que já é pouca.
EXEMPLO QUE DEU CERTO
Em 2016, a rua Goes Calmon, no centro, foi revitalizada por uma empresa privada. Entre as intervenções urbanísticas, foram construídos canteiros, inseridos bancos e as árvores plantadas, do tipo Aroeira Salsa, receberam os devidos cuidados até se estabelecerem.
Então, na falta de criatividade, àquela expressão “nada se cria, tudo se copia“. Copiava que sairia melhor (mas tem que dar manutenção).