Já foi o tempo em que Vitória da Conquista construía grandes lideranças e exportava profissionais para os diversos seguimentos, inclusive político. Apesar do crescimento e desenvolvimento da cidade ao longo do tempo, além do destaque de Polo Educacional, ‘Santo de casa não faz milagre’. Deve ser por isso que, soteropolitano à gestão municipal, foi importado o novo secretário de Comunicação da prefeitura conquistense.
A gestora Sheila Lemos justificou que não encontrou no município que administra um quadro para a Pasta. “Nós procuramos nomes aqui em Conquista e não encontramos um perfil que queríamos. Então, por isso nós fomos procurar na capital”, disse.
Vitória da Conquista, que já emplacou prefeitos e vereadores em municípios do Estado, além de secretários estaduais, deputados, vice-governador, presidente da CBF e até ministro, ‘perdeu’ a capacidade de indicar um mero assento de secretário de comunicação do próprio município.
No entanto, há décadas e em todo ano nos carnavais Bell Marques diz em uma das suas canções que “Uma andorinha só não faz verão”. É a lei da natureza e da vida.
Em Brasília, na tradicional reunião entre prefeitos e prefeitas e parlamentares, realizada este ano no dia 29 de março, durante a programação da XXIV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, o presidente da UPB e prefeito de Belo Campo, Quinho Meira, diante dos três senadores do estado, de 20 deputados federais e oito estaduais, cobrou, em nome dos gestores da Bahia, o comprometimento dos parlamentares com as pautas municipalistas. Em seu discurso, Quinho destacou que são os desempenhos dos prefeitos e prefeitas que garantem credibilidade junto ao povo para confiar o voto em seus respectivos parlamentares. Por isso, a importância de fortalecer as demandas municipalistas. “Caros senadores e deputados, vocês têm aqui o povo, efetivamente, que toma sol e chuva para pedir voto para os senhores”, disse.
No mesmo gancho, os prefeitos para se reelegeram precisam da sua base local de apoio, que incluem partidos, lideranças e outros apoiadores, que neste caso de Conquista foram deixados de lado, mesmo tendo um leque de milhares de nomes, possibilidades, em atenção a um nome importado, sem necessidade, de Salvador. Será se na eleição do próximo ano vai conseguir importar eleitor também ou uma andorinha só vai fazer verão?
Esse movimento de recrutamento soteropolitano quem perde é o município, a população. Imaginemos, no passado recente, se a escolha de um(a) vice deixasse de ser da casa, ainda que sem verdadeira experiência pública, para ser importada de Salvador?!… Hoje a prefeitura de Conquista estaria sendo administrada por uma pessoa da capital, e não por uma liderança local que ganhou a oportunidade, que é o caso da prefeita Sheila Lemos.