O ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, João Doria, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), revelou que votará nulo em eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro para a corrida presidencial deste ano. “Pela primeira vez na vida, se isso acontecer, vou anular o meu voto. Nunca votei em branco e nunca anulei. Quero estar em paz com minha consciência”, disse em entrevista à Veja.
Dória classificou os dois políticos como populistas e que representam futuro desastroso para o país. “Infelizmente, o populismo de esquerda ou de direita vai vencer no Brasil, o que será desastroso para o futuro do país”, afirmou.
Para ele, a construção de uma terceira via não avançou. “Vejo com dificuldades a terceira via. Não quero fazer prognósticos, nem deixar de ter respeito por Simone Tebet, Luiz Felipe d’Avila, Luciano Bivar, Ciro Gomes e outros candidatos. A bipolarização se fortaleceu de tal forma que, lamentavelmente, o destino do Brasil é ser governado por um populista, de esquerda ou de direita. Lula e Bolsonaro não representam esperança para o Brasil. Infelizmente, nas eleições, vivemos um pêndulo, que sai da extrema esquerda e vai para a extrema direita. Os extremos se tocam nos procedimentos, nas condutas equivocadas, no empoderamento excessivo e nas práticas pouco democráticas”, argumentou.
Após vencer as previas do PSDB para ser o candidato do partido à Presidência da República, Dória renunciou ao cargo de governador, mas a sigla decidiu apoiar Simone Tebet, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), para Presidência. Segundo o ex-governador, ele e o ex-juiz Sérgio Moro sofreram por não serem políticos profissionais. “Moro e eu fomos massacrados pela política. Nós não somos profissionais da área”, avaliou.