Problema histórico em Vitória da Conquista, os maus-tratos aos animais persistem nas ruas da cidade sem qualquer sinal de intervenção do poder público. Apesar de ser o terceiro maior município do estado, práticas medievais revelam a face provincial que não evoluíram junto ao seu desenvolvimento.
É frequente animais traçando carroças desfalecerem nas ruas por excesso de trabalho, sobrecarga no transporte de peso, ausências de tempo de descanso, área para pastagem e alimentação mínima adequada.
Para o carroceiro, é mais fácil sucatear o animal até a morte e substitui-lo, renovando o ciclo de maus-tratos, do que prover condições adequadas para o animal, até porque a atividade não proporciona recursos suficientes para a manutenção do bicho, que assim como o ser humano sente dor, fome, frio etc.
Cabe exclusivamente ao poder público municipal tomar uma medida para acabar com a exploração.
Nesta quinta-feira (14), véspera de feriado, um cavalo foi flagrado comendo lixo residencial contendo materiais plásticos no loteamento Nova Cidade, bairro Primavera. A cena é corriqueira. Os animais trabalham exaustivamente debaixo de sol em meio ao trânsito disputando espaço com veículos motorizados e em seu pouco tempo de recuperação vaga nas ruas de asfalto e concreto para se alimentarem de produtos químicos não nutritivos.
As únicas medidas iniciadas para minorar o sofrimento animal foram tomadas pelo falecido prefeito Herzem Gusmão, como por exemplo a colocação de placas em carroças que seria possível identificar proprietários de animais flagrados em cenas de maus-tratos. No entanto, o ex-gestor sofreu grande crítica em especial da mídia formadora de opinião que se calou diante do grave problema.
O tema deveria ser estudo de caso conjunto das Secretarias de Serviços Públicos, Meio Ambiente e Desenvolvimento Social e encontrar soluções efetivas, mas estão inertes a esse e outros problemas. Resta a prefeita Sheila Lemos, do União Brasil, que anda sobrecarregada em demandas que o secretariado não resolve, resolver.