O Ministério Público da Bahia (MP-BA) deflagrou uma nova fase da “Operação Saneamento”, que cumpre dois mandados de prisão preventiva em Porto Seguro, no sul do estado, na manhã desta quinta-feira (17). O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou criminalmente dois fiscais ambientais e mais três pessoas envolvidas em esquema de propina para licenças ambientais no sul do estado.
Eles também foram denunciados criminalmente junto com mais três pessoas pelo MP. Os fiscais ambientais Geomar Jesus Oliveira, conhecido como Gilmar da Cesta, e Igor Carvalho Nunes foram denunciados pelos crimes de associação criminosa e corrupção passiva. A operação apurou indícios da prática de corrupção por dois ex-secretários municipais e três fiscais ambientais lotados na Secretaria do Meio Ambiente de Porto Seguro.
O Gaeco requer ainda na denúncia que a Justiça decrete a indisponibilidade de ativos no valor de R$ 500 mil dos denunciados em razão da prática de crimes de corrupção passiva na Secretaria de Obras e de Meio Ambiente de Porto Seguro; e a manutenção cautelar de afastamento do cargo de Geomar Jesus Oliveira.
De acordo com a denúncia, foram coletadas evidências da existência de um esquema de corrupção na Secretaria de Obras e Meio Ambiente, desde as gestões de 2016 e 2017. Foi identificada uma associação criminosa que pode ser dividida em um núcleo público, formado pelos dois fiscais ambientais e mais um antigo secretário municipal, e um núcleo privado, formado por duas pessoas que se associaram no intuito de angariar, de forma ilícita, vantagens pecuniárias decorrentes da atividade de fiscalização ambiental na região de Porto Seguro, Arraial d’ Ajuda e Trancoso.
Para o MP, houve recebimento de vantagens indevidas para a concessão de licenças ambientais e de implantação para instalação de empreendimentos imobiliários na região. O esquema foi denunciado por empresários do ramo de construção civil, que apresentaram documentos que evidenciam a negociação do valor da propina. Conforme apurações do MP, houve efetivamente o pagamento, com posterior concessão das licenças. Uma das propinas chegou ao valor de R$ 60 mil.